A Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER) apresenta os volumes de produção e entrega de veículos ferroviários em 2016. O resultado aponta recorde histórico na fabricação de carros de passageiros. No ano passado foram produzidas 473 unidades, contra 322 em 2015.
O volume de vagões de carga chegou às esperadas 3.903 unidades em 2016, o que representou uma queda em relação aos 4.683 vagões entregues em 2015. Já as locomotivas somaram 109 unidades, pouco mais que o previsto, ante 129 em 2015. O faturamento total da indústria ferroviária brasileira ficou em R$ 6,6 bilhões, 6,5% maior que o de 2015.
As projeções para 2017 apontam para a produção e entrega de apenas 278 carros de passageiros, cerca de 100 locomotivas e 2,3 mil a 3 mil vagões de carga. Os volumes previstos de vagões e locomotivas dependerão da velocidade em que ocorrerem as prorrogações antecipadas dos contratos atuais das concessionárias. Quanto mais rapidamente acontecerem, o volume de vagões tenderá a 3 mil e o de locomotivas a 100, já que os vultosos investimentos projetados pelas concessionárias somente se realizarão na medida em que forem assinados os novos contratos.
“Nos últimos três anos, a indústria trabalhou com um bom volume de encomendas de vagões, locomotivas e materiais para via permanente e sistemas de sinalização. Entretanto, se as prorrogações demorarem a acontecer, as concessionárias postergarão seus investimentos e a indústria terá que demitir, pois não se sustentará com apenas 2 mil vagões e menos que 100 locomotivas em 2017”, enfatiza o presidente da ABIFER, Vicente Abate.
A ABIFER, que completa 40 anos de atividades neste ano, defende a prorrogação antecipada dos contratos de concessão de Rumo, VLI, MRS e Vale, para que haja continuidade no progresso do transporte ferroviário de carga no Brasil.
A ABIFER também defende a ampliação da malha metroferroviária do país, especialmente através dos Trens Regionais, que desafogarão rodovias em vias de saturação. Será necessária, também, a expansão dos trilhos em áreas urbanas de médias e grandes cidades por meio de metrôs, trens de superfície, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos e aeromóveis.
“O papel dos governos e dos bancos públicos é fundamental para destravar imediatamente os novos projetos metroferroviários, cujas encomendas de trens decorrentes destes projetos somente serão entregues a partir de 2019. Como a carteira dos fabricantes de trens estará zerada no primeiro semestre de 2018, demissões no setor de passageiros também poderão ocorrer já em 2017”, conclui Abate.