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Infraero inicia a privatização de terminais de carga

16 de março de 2017

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A Infraero começou um processo para privatizar seus terminais de carga por dez anos, mas só uma empresa apareceu na concorrência para o primeiro deles, no aeroporto de Goiânia (GO).

Para vencer a disputa, a PAC Logística, que opera em Santa Catarina, deu um lance 0,4% acima do mínimo exigido. Com isso, vai poder administrar o terminal do aeroporto goiano pagando um aluguel de R$ 251 mil por mês (o mínimo era R$ 250 mil) após três meses operação.

Além disso, desembolsou luva de R$ 500 mil e entregará um percentual variável sobre a receita a depender do tipo de carga.

A estatal afirma que a operação é lucrativa e que hoje o terminal só rende R$ 230 mil por mês. Portanto, a estatal receberia ainda mais que o atual faturamento.

Mas técnicos da Infraero afirmam que o aeroporto rende para a empresa um valor pelo menos 30% superior ao informado, mesmo com a crise atual, quando houve queda de faturamento. No pico da atividade econômica, o valor era pelo menos o dobro do informado.

Pelo edital da concorrência, a vencedora não terá a obrigação de fazer nenhum investimento no terminal de cargas goiano e ainda poderá contar com sua própria equipe, abrindo mão de todos os funcionários da estatal no setor.

Esse tem sido um dilema para a estatal, que, nos últimos anos, privatizou seus maiores aeroportos, como Cumbica (SP), Galeão (RJ), Viracopos (SP) Brasília e Confins (MG), tendo de aceitar a volta de todos os funcionários que não foram aproveitados pela iniciativa privada.

Agora, sem ter onde colocar funcionários, a estatal aeroportuária está fazendo um plano de demissão voluntária para cortar mais de 2.500 trabalhadores.

A ideia da atual administração é não parar a concessão do setor de cargas no terminal em Goiânia.

Em Curitiba (PR), o preço mínimo de aluguel era de R$ 1,7 milhão por mês, além de luvas de R$ 1 milhão.

A PAC Logística venceu a disputa novamente, dessa vez contra uma concorrente, a Elog.

A empresa ofereceu um aluguel mensal de R$ 2,531 milhões para administrar a unidade por dez anos, 49% além do mínimo.

A Folha apurou que há planos também para conceder o maior terminal de cargas da empresa, o de Manaus (AM), um dos sustentáculos da companhia devido às cargas da Zona Franca.

O faturamento da empresa ali é estimado em mais de R$ 100 milhões por ano.

Fonte: Folha de S. Paulo

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