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O e-commerce e suas oportunidades

3 de agosto de 2016

Faturando R$ 9,75 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2016, o mercado de e-commerce sente uma queda de 6% no volume de vendas, se comparado o mesmo primeiro trimestre do ano de 2015, mas resiste à crise com aumento nominal em torno de 1% e quase 25 milhões de pedidos realizados pela web no período.

As complexidades e os desafios neste segmento representaram também significativas mudanças estratégicas, ora adquirindo “braços” fortes em sua logística, como também realizando aquisição de empresas logísticas especializadas.

E não estamos falando somente de empresas privadas, mas também dos Correios que tiveram significativos avanços em sua estrutura logística desde sua origem em 1663.

Os Correios agregaram além do envio de cartas, telegramas e correspondências agrupadas, outros serviços diferenciados como: banco postal e os variados tipos de Sedex. Desde 2011, através da Lei 12.490, a empresa teve sua atuação ampliada, atingindo o exterior, através de serviços eletrônicos, financeiros e de logística integrada, permitindo adquirir controle e/ou participação acionária e parcerias comerciais em empresas já estabelecidas.

Bem como não imaginávamos recentemente uma das mais tradicionais empresas do mercado eletrônico anunciou ter adquirido controle acionário de uma empresa de logística por mais de R$ 25 milhões, cuja estrutura possui quase 600 transportadoras integradas, com capacidade de calcular o frete para mais de 2,5 mil lojas virtuais por ferramenta própria de redução de custos logísticos.

Quanto ao perfil de clientes, houve aumentos significativos no tíquete médio, em torno de 7%, significando compras na casa dos R$ 400,00 em média, em comparação a 2015.

Os dados segundo e-bit são de crescimento da ordem de 28% entre 2012 a 2013, registrando 41,3 bilhões em vendas em 2014, e crescimento de 15% em 2015.

Não é à toa a preocupação das empresas para que suas operações logísticas possam cumprir promessas de marketing no e-commerce. Elas mexem em sua estrutura, criam e agregam novos serviços, bem como adquirem empresas especializadas em logística e entregas.

Ainda segundo a pesquisa e-bit (ebit.com.br), dados de 2015 revelam que: 62% das vendas concentram-se no eixo São Paulo, Minas e Rio, o perfil de renda média das famílias no e-commerce gira entre 32% para as classes A e B, representando R$ 4.761,00, seguidas de 61% para as classes C e D, e 7% por aqueles que não preferem informar suas rendas.

Dentre as vendas registradas no ano de 2015, o número de pedidos superou 106,2 milhões, sendo 12% de compras realizadas pelo celular, por um público de e-consumidores ativos de 39,1 milhões de pessoas.

Há ainda uma categoria crescente que são das operações crossborder (transfronteiriça), onde apontam 14,9 milhões de brasileiros adquirindo produtos de sites fora do Brasil, motivados por produtos mais baratos e tributos menores que dos governos locais. Atenção aqui às taxas e evitem surpresas.

Mesmo diante da crise, se comparado a vendas no mercado tradicional, as do mercado online podem ofertar valores e condições diferenciadas, derrubando inclusive a resistência a esta modalidade de compras.

Por isso mesmo as empresas visando manterem seus mercados buscam estratégias que contemplam logística própria, aquisição de empresas especializadas em entregas e distribuição, tudo para que seja garantida uma nova compra pelo mesmo canal com vantagem percebida pelos clientes.

Palmério Gusmão
Professor-Coordenador do Curso Superior de Logística na Universidade Bandeirante. Professor Especialista no Centro Paula Souza. Consultor na área com vasta experiência no desenvolvimento e implantação de operações logísticas em empresas como: Tegma, Transportadora Grande ABC e Expresso Mirassol.

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