Com restrições de circulação, um outro mercado ganhou espaço no setor de transportes. Trata-se dos Veículos Urbanos de Carga (VUCs), que fornecem serviços para a adequação no atendimento com cargas. Com a promessa de melhorar o trânsito nas grandes cidades, o uso de Vucs parece não ter cumprido com esta intenção.
Segundo o advogado, especialista em transporte, Dennis Pelegrinelli, do PPV Advogados, é difícil identificar se houve efetivamente a melhora no transporte nas grandes cidades, pois o cenário econômico apresentou efetivamente uma redução na circulação de bens. “O mercado de transporte, certamente, sofreu com a diminuição do consumo dos brasileiros, portanto, é prematuro e incerto afirmar que houve melhora no trânsito.”
Para o especialista, a lei de restrições trouxe uma nova expectativa na mobilidade nas grandes cidades, afinal, todos os cidadãos precisaram se adaptar a tais mudanças e repensar a forma de locomover-se. “É uma tendência mundial, que merece ser aprofundada e flexibilizada, pois o efeito prático da norma pode ser absolutamente o inverso, afinal haverá mais veículos, os VUC´s, circulando para transportar mercadorias que caberiam em um único caminhão maior. Propostas de benefícios fiscais para as empresas que entregam e recebem mercadorias fora de horários comerciais, aliadas com obras estruturais (vias mais seguras), poderiam incentivar as empresas de transportes e reduzir o valor do frete”, diz.
Com opções como baús refrigerados e carrocerias customizadas, hoje, o mercado brasileiro de furgões grandes, especialmente os com Peso Bruto Total (BTP) abaixo de 3,5 toneladas, emplaca cerca de mil veículos por mês, que passam por algum tipo de transformação ou implementação, tendo como destaque os veículos na configuração VUC, que necessitam de equipamentos específicos para as coletas e entregas nos centros urbanos.
Para atender a esta demanda, empresas têm se especializado neste sentido, mas o recuo da economia é uma preocupação.