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Retomada de confiança no país passa por reformas

4 de agosto de 2017

Em quase 30 anos de Brasil, esta foi a crise mais forte e negativa que vivenciei. As revelações dos últimos dias e suas consequências têm provocado um turbilhão na história do país e a na autoestima do cidadão.

Apesar desse cenário, prefiro manter – mesmo que, às vezes, nos exija um grande esforço -, otimismo em relação ao Brasil e suas reformas. Continuamos investindo em nossas operações locais, certos de que esta tempestade passará. Pode demorar um pouco mais do que prevíamos, mas irá se dissipar em algum momento.

Nos últimos dois meses, sentimos uma melhoria no desempenho do setor. O mercado de importação cresceu 14% e de exportação 5%. Já a cabotagem, que é transporte de cargas entre portos do país, superou nossa expectativa inicial e cresceu 7%.

Em 2016, mesmo diante de um cenário recessivo, finalizamos o ano com um crescimento similar e 210 mil contêineres movimentados, o que significa 15 mil a mais que no ano anterior.

Embora sejamos cautelosos com os números, especialmente neste momento em que o ambiente político-econômico muda de uma hora para outra, percebemos um ânimo maior nos clientes, que estão retomando os investimentos em nossos serviços. Costumo dizer que o ânimo já é metade de uma batalha com grandes chances de ser bem-sucedida.

Normalmente, as pessoas tendem a ver tudo azul ou negro, quando na verdade não podemos focar em uma única cor, ou avaliar uma situação apenas sob um determinado ponto de vista. O equilíbrio continua sendo o melhor caminho.

Por acreditar nessa premissa, compartilho da opinião de que o Brasil precisa promover uma série de reformas. Não há mais como adiá-las; elas são fundamentais para os ajustes fiscais e para o crescimento econômico. Costumo dizer que sou “determinista” nesta questão: não há nenhuma outra opção senão reformas estruturais, como a política, previdenciária e de infraestrutura.

Com a retomada do crescimento econômico, certamente novas oportunidades irão surgir, não só no setor de logística, mas na indústria em geral. Com o aquecimento da economia, esbarramos em outra questão recorrente e que também precisa ser avaliada com urgência: os gargalos de infraestrutura. Embora muitos terminais portuários tenham se desenvolvido, os acessos a muitos deles continuam praticamente os mesmos nos últimos 10 anos.

Há uma trilha a ser percorrida para realizar as reformas, mas de forma geral vejo uma boa movimentação para que a confiança no Brasil seja retomada. Esperamos que todas essas medidas avancem para que possamos alavancar o crescimento econômico. Otimista por convicção, acredito que tudo caminha na direção mais assertiva para o momento que estamos vivendo.

Julian Thomas
Diretor superintendente da Aliança Navegação e Logística

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