Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) com empresários do setor, no final de 2017, a maioria deles previa aumento na movimentação de cargas no faturamento para 2018, com um crescimento ainda maior para 2019. Já os membros das Cooperativas de Transporte de Cargas (CTCs) tiveram aumento de 14% no faturamento das empresas em 2017 e para este ano e esperado um aumento de 22%.
A CNT também afirma que em 2017, aumentou o volume de transações comerciais no mundo que contribuiu para um resultado positivo recorde de US$ 217,7 bilhões na balança comercial brasileira: as exportações expandiram 18,5% em 2017, na comparação com 2016; enquanto as importações aumentaram 10,5%. Esse crescimento gera impactos positivos na demanda por serviços de transporte porque se elevam os deslocamentos de produtos a partir das regiões produtoras com destino a outros países; e dos portos, quando as mercadorias vêm do exterior, com destino aos centros de consumo brasileiros.
Já a AT&M Tecnologia, líder no processo de averbação eletrônica que tem uma base de dados com mais de 20 mil empresas no mercado de transporte de cargas e seguros, também comprova o aquecimento do mercado de movimentação de cargas. Em dezembro/17, foram registrados R$411 bilhões em movimentação de transporte de cargas no país. Em dezembro de 2016, foram registrados R$ 305 bilhões em movimentação de transporte de cargas, totalizando um aumento de 35% no período comparativo. Desde os últimos meses do ano passado, a movimentação da carga registrada mensalmente está em torno de R$ 400 bilhões por mês. Veja os seguintes dados de 2017: Janeiro 2017 (R$ 281 bilhões); Fevereiro 2017 (R$ 214 bilhões); Março 2017 (R$ 314 bilhões); Abril 2017 (R$ 275 bilhões); Maio 2017 (R$ 320 bilhões);Junho 2017 (R$ 345 bilhões); Julho 2017(R$ 332 bilhões); Agosto 2017 (R$ 364 bilhões); Setembro 2017 (R$ 396 bilhões); Outubro 2017 (R$ 498 bilhões); Novembro 2017 (R$ 451 bilhões); Dezembro 2017 (R$ 411 bilhões).
Para o transporte adequado da carga de forma segura, as transportadoras e embarcadores precisam averbar a carga, que significa coletar todas essas informações, checar para saber se os dados da carga estão coerentes com a apólice do seguro do cliente e transmitir essa informação para a companhia de seguro.
Hoje, existem tecnologias que executam esse processo em menos de um segundo. A transportadora quando emite o documento de Conhecimento de transporte, isso fica registrado no sistema da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) de cada estado. Desta forma, o SEFAZ responde positivamente através de um protocolo que significa a liberação fiscal da mercadoria em relação aos impostos.
Para que a carga fique devidamente coberta pelo seguro, o segurado disponibiliza informações do conhecimento de transporte para o sistema que checa informações exigidas pelos órgãos regulamentadores, além da vigência da apólice, valor da mercadoria, trajeto da carga, entre outros. Tudo é checado em frações de segundos pelos diversos sistemas da empresa, para que, caso ocorra algum acidente, a carga esteja devidamente assegurada e a transportadora possa receber o valor da importância segurada.
Desde outubro de 2017, com as novas exigências das Secretarias de Fazenda dos Estados e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em relação à emissão obrigatória do MDF-e (Manifesto de Documentos Fiscais eletrônico – versão 3.00) para transportes de cargas interestaduais, é preciso emitir o CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico) e averbar a carga transportada. Depois, com o número da averbação eletrônica é possível realizar a emissão do MDF-e, documento fiscal que pode ser solicitado nas fronteiras de cada estado pela fiscalização.
Diante desse mercado, é fundamental que transportadoras, embarcadores e seguradoras tenham tecnologias e processos eficientes para o registro e transmissão de dados do transporte de suas cargas para que fiquem devidamente cobertas pelo seguro no ato da viagem. Atualmente, a missão de profissionais de tecnologia é construir e manter uma “suíte” com as soluções mais completas para a emissão e gerenciamento de informações do mercado de seguros para o transporte de cargas. Hoje, o mercado está em um processo constante de inovação em relação ao modelo de gestão de toda a cadeia do processo de averbação eletrônica, entre transportadoras, seguradoras, corretores e embarcadores.
Flademir Lausino de Almeida, responsável pela criação do processo de averbação eletrônica do seguro da carga no Brasil e sócio-diretor da AT&M.