Em 2016, foram registradas 22.550 ocorrências de roubos de carga, segundo um estudo realizado pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) que contempla 22 estados do Brasil. O número é 86% superior às ocorrências realizadas em 2011 e, deste total, 84% foram registradas no Rio e em são Paulo. A Firjan ainda afirma em sua pesquisa que, no Brasil, um caminhão é roubado a cada 23 minutos. Além dos riscos com roubos, o transporte de cargas também sofre com outros riscos, como acidentes, perda de carga por problemas de armazenagem ou de disponibilidade da frota, entre outros.
Frente a estatísticas como essas, o gerenciamento de risco no transporte de cargas, um processo que abrange toda a cadeia de movimentação, incluindo, além do transporte, distribuição e armazenamento de cargas, se torna indispensável. A adoção de um conjunto de ferramentas e medidas preventivas para minimizar os riscos existentes nessa atividade, garantindo que o produto esteja no local desejado dentro do prazo previsto e em conformidade, passa a ser prioridade para as transportadoras.
Adotar a melhor logística para a operação, utilizar veículos adequados para cada tipo de carga, cuidar das embalagens e da amarração dos volumes, lançar mão de controles informatizados de despachos e fazer uso de meios modernos de comunicação são medidas importantes de proteção e segurança do gerenciador de riscos.
Essas ações elevam os padrões de qualidade para etapas como transporte, armazenagem e manuseio da carga. E por que isso é importante? Porque além de essas melhorias contribuírem com a segurança e com os indicadores de desempenho logístico da operação, colaboram para a negociação e contratação de seguros para o transporte de cargas. As seguradoras, diante das mesmas estatísticas, também tomam suas precauções.
Quanto menor o número de ações preventivas e mais simplificado o plano de gerenciamento de riscos, piores serão os indicadores logísticos da transportadora, e, por conta disso, mais caro e restrito será o seguro para a frota.
Então, o primeiro passo é adotar ações de gerenciamento de risco que tragam mais segurança para a operação, como:
1. Evitar viagens, noturnas;
2. Programar paradas estratégicas;
3. Manter comunicação constante com os motoristas;
4. Criar políticas de treinamento e orientação dos motoristas.
O segundo passo é contar com o seguro adequado para a frota. Nesse quesito, estar atento às cláusulas contratuais estipuladas pela seguradora será fundamental no momento de requerer o ressarcimento ou prêmio decorrente de sinistros. E as informações a serem controladas são muitas, por exemplo:
1. Origem e destino da carga e a previsão de data e horário de chegada devem estar corretamente preenchidos nos documentos;
2. O tipo de carga transportada deve estar coberto por seguro obrigatório ou contratação adicional;
3. Se a cobertura é só para roubos ou também acidentes;
4. Se depende da imputação de responsabilidade pelo acidente;
5. Se cobre perda total e parcial da carga.
Todas essas informações, se desencontradas ou não esclarecidas corretamente, comprometem o recebimento do prêmio, o que representa prejuízo certo para a transportadora.
Por isso, os controles manuais devem ser abandonados, a automação logística deve ser usada para ajudar a empresa na luta contra essas estatísticas – com gerenciador de risco e também com controle de seguros para a frota. Um sistema de informação para logística fornecerá subsídios para analisar os indicadores logísticos da transportadora, elaborar planos de gerenciamento de riscos para os pontos mais vulneráveis da operação e gerir as apólices de seguro com a acuracidade e eficiência que o tema merece.
Fernando Alex de Carvalho
Executivo de contas e gerente de Produtos do Grupo Benner